segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Legião Estrangeira acolhe recrutas do mundo Inteiro.

 
Espírito aventureiro, idealismo, falta de perspectivas?
O que poderia fazer alguém abandonar a vida no país
de origem para juntar-se a um grupo em defesa da França?
É no mínimo instigante buscar essa resposta junto
aos legionários de todos os cantos do planeta que chegam
diariamente à Legião Estrangeira, instituição
ligada ao governo francês. Tradicionalmente reduto masculino,
na última semana foi divulgada a possibilidade de mulheres
nas suas fileiras.


A Legião Estrangeira, corpo de elite das armas de terra
da França, foi criada em 1831 e conta com um efetivo de
7.800 homens, de 138 nacionalidades, divididos em dez regimentos.
Retratada em muitos filmes - quem não se lembra daqueles
homens usando o célebre quepe branco -, a Legião
Estrangeira parece permear o imaginário de muita gente.


Como se tornar um legionário? Aí começam
as dificuldades, pois não há no Brasil nenhum órgão
representante da Legião e a Embaixada da França,
que até dois anos atrás dava informações,
hoje limita-se a passar um endereço para correspondência
ou um endereço de site francês.


Um personagem bauruense, Marcos Bastazini, 32 anos, vislumbrava
a carreira militar mas sempre se deparava com a difícil
concorrência dos concursos públicos brasileiros.
Com o interesse despertado pela Legião Estrangeira através
de alguns filmes que assistiu, quando ficou desempregado, há
seis meses, resolveu perseguir o sonho. "Enviei uma correspondência
para a Legião, mas não obtive resposta; aí
pedi ajuda para uma pessoa que fala francês, liguei pra
lá e descobri que eles recrutam pessoas de 17 a 40 anos,
de qualquer raça ou país", conta.


Há cerca de quinze dias, Bastazini fez as malas e partiu
para Paris com a idéia de juntar-se à Legião.
Dirigiu-se ao posto de recrutamento "Fort de Nogent"
e passou por um processo seletivo: exames médicos, testes
psicotécnicos e físicos. "Comigo havia mais
trinta candidatos, entre alemães, sérvios, chineses,
japoneses, do mundo todo", enumera. Apto, Marcos teria apenas
que passar por entrevistas para se tornar um legionário.
"Se topasse, assinaria um contrato incondicional de cinco
anos de trabalho, teria um salário de 5.500 francos (cerca
de R$ 1.355,00) e só sairia se desertasse."


O quase recruta, já com os pés na França,
desistiu na última hora e explica: "Quando cheguei
lá e percebi o tamanho da Legião Estrangeira e as
condições proporcionadas para a carreira militar,
resolvi voltar, assim continuaria perto da minha família
e poderia divulgar o recrutamento da Legião para todos
que estejam como eu - desempregados, com mais de 30 anos e com
vontade de seguir uma carreira militar".


Mais do que seguir carreira militar, Bastazini admite que a perda
do emprego - ele trabalhava na área de vendas - foi fator
primordial para que fosse em busca da Legião. "O que
me levou a procurar essa opção foi a possibilidade
de uma estabilidade no trabalho e de seguir uma carreira."


Outro brasileiro de Maringá, Marcos Geraldo Braguine Ferreira,
teve sua história com a Legião Estrangeira e acabou
se tornando um divulgador através do livro "Legião
Estrangeira - França" que já teve um pré-lançamento.
Ele conta que procurou a Legião pela primeira vez em 1997,
passou nos testes mas não ficou pois, segundo conta, as
regras da Legião definiam que não houvesse contato
com os familiares durante seis meses e ele acabou retornando "pela
responsabilidade com a família". Numa segunda tentativa
em 1998, desta vez disposto a ficar, Ferreira foi recrutado em
Perpignan e foi mandado embora depois de um mês porque descobriu-se
que ele havia estado em outro regimento no ano anterior, o que
não era permitido. Nem mesmo essa história desencontrada
o fez desistir da paixão pela Legião e o resultado
de anos de pesquisa pode ser conferido em livro.



Esquecendo o passado


Movidos por um espírito aventureiro, muitos legionários
juntam-se ao grupo também levados por uma crise, seja familiar,
pessoal ou social. Para livrar-se do incômodo passado, o
legionário pode manter-se no anonimato com o uso de um
pseudônimo. "Tendo perdido suas raízes, ele
está pronto a dar tudo o que tem, mesmo sua vida. Este
estado de espírito une os legionários uns aos outros
e explica a natureza de seu relacionamento marcado por uma ausência
de rivalidade e uma forte coesão feita de rigor, solidariedade
e de respeito às tradições", discorre
um site dedicado aos legionários.


O envolvimento com a Legião parece algo muito significativo
para quem por lá passou - numa rápida pesquisa pela
rede mundial de computadores é muito fácil encontrar
páginas pessoais dedicadas à divulgação
de fotos, histórias e recordações dos tempos
como legionário.


O caminho para a Legião Estrangeira


Para ser um legionário, o candidato - de 17 a 40 anos e
portador de um documento de identidade - deve se dirigir a um
dos postos de recrutamento da Legião (em vários
lugares na França) e passar por um processo seletivo que
engloba exames médicos, testes psicotécnicos e físicos
e entrevistas. As despesas de viagem são por conta do candidato.


Ao ser aprovado, o legionário assina um contrato inicial
de cinco anos e passa a receber um salário (5.500 francos
franceses). Logo de início, o recruta recebe uma instrução
militar de base durante quatro meses. Combatente de elite, o legionário
pode se aperfeiçoar em técnicas como paraquedismo,
mergulho, atirador de elite, entre outras, ou adquirir, segundo
as necessidades da Legião, uma qualificação
em áreas como administração, transmissão,
condução, engenharia ou manutenção.


Depois dos cinco primeiros anos, o legionário tem a opção
de assinar contratos de seis em seis meses ou a cada ano - depois
de quinze anos de serviço tem direito a aposentadoria.


Fator histórico


Um trecho do livro "Legião Estrangeira - França"
fala da filosofia de recrutar estrangeiros: "Desde o reinado
de Luís XVI, no século 15, já havia a guarda
escocesa na França. Reis posteriores, de François
I a Luís XVI, fizeram uso de tropas da Alemanha e Suíça.
Durante a Revolução Francesa, a Assembléia
Nacional, face à invasão Prussiana, havia criado
no dia 7 de junho de 1792 uma legião estrangeira voluntária.
Várias outras legiões de italianos, poloneses e
tropas holandesas foram formadas durante as guerras revolucionárias
e Napoleão incluiu em suas tropas homens portugueses, espanhóis,
além de legiões romanas e polonesas.


Desmembrada em 1815, em decorrência da queda do imperador,
remanescentes desta unidade se reuniram e reapareceram alguns
meses mais tarde com o título de Legião Estrangeira
Real. Em 1821, essa unidade foi reintitulada com o nome de Regimento
Hohinlohi.


Depois de 10 anos, nos primeiros dias do reinado de Louis Philippe,
o Regimento de Hohinlohi foi desmembrado durante a reorganização
do Exército francês para ser amplamente constituído
e eventualmente receber o nome definitivo de Legião Estrangeira.

3 comentários:

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    1. Uma pena que, o autor Marcos Geraldo Braguine Ferreira, oculte de seus leitores que o motivo da sua volta para o Brasil não tenha sido por responsabilidade com a família. Isso nunca aconteceu pois o mesmo sempre foi um alcoólatra irresponsável, nunca havia sustentado um lar e sim sendo sustentado por suas duas esposas anteriores, mal caráter, infiel e que surrava violentamente a sua esposa naquela época. Ele só voltou ao Brasil porque não foi aceito na Legião Estrangeira em nenhuma das duas tentativas. Que logo a seguir, a sua última esposa, também daquela época, 1999 descobriu a sua infidelidade, o que resultou um filho fora do casamento, após passar por tanta agressão física e moral, que o colocou para fora de casa, mesmo porque ele não tinha direito algum uma vez que nada levou para aquele lar, a não ser agressividade e tristeza. Ele deixou sequelas sérias naquele lar, com agressões aos seus enteados e seríssimas na esposa daquela época.

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