quarta-feira, 23 de março de 2016

Entenda o que é o LUC - LEGER


Dentre os vários componentes que caracterizam a aptidão física de um indivíduo, a capacidade cardiorrespiratória tem sido considerada uma das mais importantes, tanto para a grande maioria dos atletas das diferentes modalidades esportivas, como também para os indivíduos não atletas, que necessitam de uma atividade física como meio de promoção de saúde (1).

Na avaliação da capacidade aeróbica, tem-se utilizado basicamente a medida do consumo máximo de oxigênio (V02 max), que é a capacidade do indivíduo de captar, transportar e utilizar oxigênio a nível celular na unidade de tempo (44). Para a medida do V02 tem-se utilizado instrumentos
de medida como bicicletas ergométricas e esteiras (02, 04, 14, 32, 43, 44), bancos de madeira (05, 30) e testes
de correr ou caminhar em pista de atletismo (12, 21, 41), cuja validade e reprodutibilidade foram descritas principalmente em baterias de teste, por Safrit (42) e Buono et al (10). Os métodos diretos são os mais precisos, mas além do alto custo, há a necessidade de pessoal especializado para aplicação dos testes e de um tempo relativamente grande despendido com cada avaliado. Por estes inconvenientes, vários autores têm proposto técnicas indiretas mais simples (predições), de menor custo e que possam ser aplicadas a grandes populações. Existem limitações naturais de um teste indireto submáximo e a margem de erro de predição
do V02 pode variar de 10% a 20% (19), que poderá ser diminuída em parte se forem seguidas corretamente as padronizações, se forem aplicados os testes mais adequados a cada situação, levando em conta as características de cada indivíduo avaliado.

Os testes de pista e campo têm sido utilizados na avaliação de grandes grupos, devido à simplicidade de sua aplicação e ao pequeno tempo despendido para cada avaliação.

Luc Léger & Lambert (22) levando em conta que o V02 aumenta proporcionalmente com a velocidade de corrida, propuseram o “20 m Shuttle-run test” ou “navette de 20 m”, aqui denominado teste aeróbico de corrida de Vaie-Vem de 20 m.
Após a publicação do estudo de Léger e Lambert (22), outros estudos foram realizados por Léger e seus colaboradores, para o aprimoramento do teste e estabelecimento de normas para escolares e jovens (23, 24, 25, 26,27, 28). Outros autores já mostraram a validade do teste em predizer o desempenho em provas de 5 e 10 km (36, 40).

Diversos estudos se preocuparam em verificar a validade do teste, tanto em crianças, adolescentes e adultos,
principalmente canadenses e européias (18, 22, 26, 27, 32, 33, 34, 37). Na tabela 1 podem ser observados estudos, em ordem cronológica, sobre as correlações (r) encontradas entre medidas diretas de V02 e as obtidas no teste aeróbico de corrida de Vai-e-Vem de 20 m (validade concorrente).

Os valores de correlação são altos e significantes, variando de r=0,51 a 0,91.

TABELA 1. Validade do teste aeróbico de corrida de Vai-e-Vem de 20 m.
Léger e Lambert (22) (adultos) r=0,84
Gadoury e Léger (18) (adultos) r=0,91
van Mechelen et al.(31) (crianças) r= 0,76
Gadoury e Léger (18) (adultos) r= 0,90
Prat et al (39) (adultos) r= 0,78
Paliczka et al (36) (adultos) r= 0, 93
Rambsbotton et al (40) (adultos) r= 0,96
Poortmans et al.(37) (adultos e crianças) r= 0,72
Léger et al.(26) (crianças) r= 0,71
Armstrong et al (03) (meninos) r=0,54
Léger e Gadoury (27) (adultos) r= 0,90
Liu et al (29) (adolescentes) r=0,65/0,51
Cunningham et al (13) (adolescentes) r=0,88
McVeigh et al (31) (crianças) r= 0,65/0,60

Os resultados são considerados bons pelos autores, levando em conta a margem de erro de todo teste indireto. Léger et al. (26) lembram que a menor validade para os grupos de crianças, quando comparados com adultos, deve-se a grande variação individual na idade biológica, e por isso levaram a idade cronológica em consideração na equação de predição do consumo máximo. Quanto ‘a reprodutibilidade, também foram feitos vários estudos em diferentes populações (22, 26, 27,29), inclusive em crianças brasileiras (15).

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Na tabela 2 pode-se verificar que a reprodutibilidade foi alta em todos os estudos, mostrando que o teste pode ser aplicado e reaplicado num curto período de tempo e os resultados serão muito similares.

TABELA 2. - Reprodutibilidade do

teste aeróbico de corrida de Vai-e-Vem de 20 m.

Léger et al (22) r = 0,80 (adultos)
Léger et al (26) r = 0,89 (crianças)
Léger et al. (27) r = 0,95 (adultos)
Duarte et al. (15) r = 0,91 (crianças paulistas)
Liu et al. (29) r = 0,93 (adolescentes)

Pelos trabalhos já publicados pode-se inferir a grande aplicabilidade deste teste, principalmente em escolares (7, 10, 33, 46) em sedentários e mesmo em atletas de quadra como voleibol, basquetebol, handebol, com o objetivo de se medir a aptidão cardiorrespiratória, onde não exista uma pista ou espaço muito amplo e que existam várias pessoas a serem mensuradas e avaliadas por apenas um professor.

Tem ainda a vantagem de possuir 21 estágios, com dificuldade progressiva, onde pode-se medir e avaliar ao
mesmo tempo pessoas que tenham baixa, média ou grande capacidade cardiorrespiratória. Este teste já faz parte de baterias de teste importantes em outros países como EUROFIT (11,17), FITNESSGRAM, conhecido como PACER (45), onde tem sido aplicado na Europa e nos EUA na avaliação de escolares, como também pela Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) para seleção de árbitros. No entanto, este teste ainda é pouco conhecido no Brasil e apenas um estudo foi publicado por Duarte et al (15).


Objetivo do estudo

Determinar a validade concorrente do teste aeróbico de corrida de Vai-e-Vem de 20 m., como indicador do consumo máximo de oxigênio, em uma amostra de indivíduos adultos, de ambos os gêneros.



Metodologia

Em virtude do estudo requerer a presença das pessoas estudadas em duas ou mais ocasiões, conseguiu-se através de várias tentativas uma amostra de 48 pessoas voluntárias, com idades compreendidas entre 15 e 25 anos no grupo feminino e de 21 a 43 anos no grupo masculino. O grupo, após ter assinado o Termo de Consentimento para participar no estudo, foi submetido a teste de esforço máximo em esteira e em campo.

Os testes de esforço foram realizados pela manhã, sendo o teste em esteira no Laboratório de Esforço Físico -
LAEF e o teste aeróbico de corrida de Vai-e-Vem de 20 m., num ginásio de esportes coberto, do Centro de Desportos, da Universidade Federal de Santa Catarina. Todos os sujeitos responderam a uma anamnese de saúde, para possível detecção de problemas mais sérios de saúde, antes de iniciarem o teste de esforço na esteira. A seguir eram mensurados a massa corporal (kg), estatura (cm) e pressão arterial (PA), seguindo-se então um período de repouso de 20 minutos; na seqüência era mensurada novamente a PA em repouso, era colocado um monitor de freqüência cardíaca, da marca Polar Night Vision, para monitoramento dos batimentos cardíacos (FC-bpm) em repouso, no esforço e na recuperação. Depois disso eram colocados todos os dispositivos do equipamento de consumo de oxigênio direto e em seguida se iniciava o teste de esforço, que durava em média de 8 a 12 minutos. O teste era progressivo, máximo, em esteira rolante marca Funbec (protocolo de Bruce), seguindo as recomendações tanto de Binkhorst et al. (8), quando se estava avaliando as mais jovens, quanto de Howley et al. (20), fazendo-se a medida direta do pico do VO2 max., via utilização
do aparelho AeroSport TEEM 100. A validade do AeroSport TEEM 100 já foi demonstrada por Windeman
et al. (47) e Novitisky et al. (35), que encontraram uma correlação de r= 0,96 entre os dados obtidos no TEEM 100 e o Sensormedics, aparelho de grande porte e precisão, largamente usado em pesquisas pelo mundo.


Durante o teste na esteira colhiam-se informações sobre o VO2 a cada 30 segundos, PA, freqüência cardíaca, volume expiratório e quociente respiratório, todos resgatados de uma impressora e computador acoplados a esteira.

Os critérios para se estabelecer o pico de VO2 max. foram os recomendados por Howley et al (20): quociente
respiratório maior que 1,00, freqüência cardíaca máxima estimada (220-idade) atingida no teste de esforço e não aumento do V02 maior que 150 ml entre os últimos minutos de exaustão do avaliado.
Após 10 dias do teste de esforço na esteira, o avaliado voltava para a realização do teste aeróbico de corrida
de Vai-e-Vem de 20 m. Para a realização do teste foram necessários os seguintes itens: local plano de pelo menos 25 metros, toca fitas, fita cassete do teste, 4 cones, fita crepe, cronômetro, placar com número de voltas, folhas de anotação e monitores de freqüência cardíaca. Este teste pode ser aplicado para grupos de 6 a 10 pessoas, que correndo juntas num ritmo cadenciado por um fita gravada especialmente para este fim, devem cobrir um espaço de 20 metros, delimitado entre 2 linhas paralelas (Figura 1). A fita emite bips, a intervalos específicos para cada estágio, sendo que a cada bip o avaliado deve estar cruzando com um dos pés
uma das 2 linhas paralelas, ou seja, saindo de uma das linhas corre em direção a outra, cruza esta com pelo menos um dos pés ao ouvir um “bip” e volta em sentido contrário (Tabela 3). Na fita, o término de um estágio é sinalizado com 2 bips consecutivos e com uma voz avisando o número do estágio concluído. A duração do teste depende da aptidão cardiorrespiratória de cada pessoa, sendo máximo e progressivo, menos intenso no inicio e se tornando mais intenso no final, perfazendo um total possível de 21 minutos (estágios). É interessante relatar no entanto que, no decorrer deste estudo e após outras práticas com este teste, nenhum dos autores deste artigo teve a oportunidade de ver algum dos avaliados ultrapassar o estágio 13, mesmo considerando, por exemplo, ter se avaliado atletas de muito boa condição cardiorrespiratória como maratonistas, outros fundistas e até atletas de triátlon.


1 Espaço físico para aplicação do teste

No primeiro estágio a velocidade é de 8,5 km/h, que corresponde a uma caminhada rápida, sendo acrescida de 0,5 km/h a cada um dos estágios seguintes. Cada estágio tem a duração de aproximadamente 1 minuto. Em cada estágio são realizadas de 7 a 15 idas e vindas de 20 metros. O ajuste de velocidade pela pessoa é facilmente conseguido em 2 ou 3 idas e vindas. Uma distância de 2 m, antes das linhas paralelas, é a área de exclusão (limítrofe) do teste, ou seja, toda pessoa que estiver antes dessa faixa ao som do “bip”, será avisada, para acelerar a corrida, mas se ela não conseguir acompanhar mais o ritmo, será então excluída do teste, ou seja, o teste termina quando o avaliado não consegue mais seguir o ritmo imposto pela fita. O último estágio atingido deve ser anotado, para se obter o V02 em ml/kg/min, através das equações publicadas por Léger et al (26) que estão descritas na tabela 4.

TABELA 3: Especificações para realização do teste

TABELA 4: Equações de predição do VO2 max. em ml/kg/min no
teste aeróbico de corrida de Vai-e-Vem de 20 m


Estágios
N.º
Velocidade (km/h)
Tempo entre os BIPs (por segundos)
N.º Idas/voltas (estágio completo)
1 1. 8,5 9,000 7
2 2. 9,0 8,000 8
3 3. 9,5 7,579 8
4 4. 10,0 7,200 8
5 5. 10,5 6,858 9
6 6. 11,0 6,545 9
7 7. 11,5 6,261 10
8 8. 12,0 6,000 10
9 9. 12,5 5,760 10
10 10. 13,0 5,538 11
11 11. 13,5 5,333 11
12 12. 14,0 5,143 12
13 13. 14.5 4,966 12
14 14. 15,0 4,800 13
15 15. 15,5 4,645 13
16 16. 16,0 4,500 13
17 17. 16,5 4,364 14
18 18. 17,0 4,235 14
19 19. 17,5 4,114 15
20 20. 18,0 4,000 15
21 21. 18,5 3,892 15
pessoas de 6 a 18 anos; y = 31,025 + 3,238 X - 3,248 A + 0,1536 AX.
pessoas de 18 anos ou mais; y = - 24,4 + 6,0 X

onde
y= V02 em ml/kg/min.;
X = velocidade em km/h (no estágio atingido);
A= idade em anos.

Para este estudo as pessoas foram avaliadas em grupos de 3. Implementou-se para o teste, um placar indicador manual, do número de voltas já realizadas, como sugerido por Boreham et al (9). Cada um dos avaliados correu com um monitor de freqüência cardíaca -Polar Night Vision- para registro dos batimentos cardíacos durante e após o teste.

A fita cassete utilizada foi cedida pelo próprio Prof. Dr. Luc Léger, da Universidade de Laval, Canadá.

É importante lembrar que, antes da marcação da área de teste de 20 metros, deve-se fazer a aferição da velocidade do tocafitas, segundo um período padrão de um minuto, que existe no início das instruções da fita, usando-se também um cronômetro.


Caso o toca-fitas esteja mais lento ou mais rápido (± 5 segundos de erro) do que o período padrão da fita, a distância do teste deve ser ajustada segundo uma tabela.


Antes do teste foi permitido aos avaliados um período de treino, para adaptação ao ritmo imposto pela fita.
Todas as pessoas eram estimuladas a chegar ao máximo.
No final do teste de cada sujeito registrou-se o estágio que havia sido atingido e a freqüência cardíaca máxima registrada no teste. Para o cálculo do VO2 estimado no teste de campo recorreu-se à equação publicada por Léger et al. (26), já apresentada na tabela 4. Os dados foram analisados através de estatística descritiva e do teste t de Student e Correlação de Pearson, sendo utilizado o nível de p<0,01 como nível de significancia estatística.


Resultados e discussão

A tabela 5 contêm os resultados médios e desvio padrão dos grupos feminino e masculino, das variáveis freqüência cardíaca de esforço e VO2 max. em laboratório e em campo. Pode-se notar que os dois grupos realizaram testes realmente máximos, pois as freqüências cardíacas (FC) médias foram elevadas, quase idênticas às estimadas para a idade e similares entre as duas situações. Pode-se notar também que não houve diferença significante entre as duas FCs, em ambos os grupos. Foi interessante notar que o grupo masculino apresentou em média FC de esforço maior no teste de campo, do que no laboratório. Um quociente respiratório maior do 1,00 no teste de esforço foi alcançado por 92% dos avaliados.

Quanto ao VO2 max. pode-se observar também uma similaridade entre os valores obtidos em laboratório e em campo, em ambos os grupos, não sendo as diferenças significantes (Tabela 6). Cabe ressaltar que, levando em conta as diferenças individuais nos valores de VO2 max. (método direto e predito), as variações foram em média 8,84% (3,5 a 18,7%) no grupo feminino e de 9,06% (2,9 a 18,7%) no grupo masculino.

TABELA 5: Freqüência Cardíaca (FC) nos testes

Tabela 6. – Valores do VO2 max (ml/kg/min
mediante medidas diretas e estimadas pelo teste aeróbico de corrida de vai-e-vem de 20 m
Através do coeficiente de correlação Pearsoniana
(p<O,01) entre os dois valores de V02 obtidos determinouse a validade concorrente neste estudo. Na tabela 7 são apresentados os coeficientes de correlação encontrados. Os resultados apontam para uma validade concorrente aceitável para ambos os grupos.

Tabela 7 Validade Concorrente – VO2 max direto X VO2 max. predito - Correlação de Pearson (r) e Coeficiente de Explicação (r2)
Homens r (16;001=0,590) = 0,75** r2= 56,3%
Mulheres r (22;001=0,515) = 0,73** r2=53,3%
Considerando os resultados obtidos de correlação, no grupo mais jovem deste estudo, pode-se verificar que em outros pesquisas também foram observados valores de correlação próximos aos aqui encontrados (3, 7, 9, 13, 29, 31, 37, 38, 45).

No estudo de Armstrong et al (3) ao avaliarem 77 meninos de 11 a 14 anos encontraram um r= 0,54 (p<0,O1), que apesar de ser significante, tinha uma variância em comum de 29%, o que é praticamente a mesma relatada em outros testes de campo e testes de VO2 max. Quarenta e oito adolescentes foram avaliados (22 meninos e 6 meninas) por Liu et al. (29) com o mesmo objetivo anteriormente citado e os resultados foram de r=0,65 para os meninos e r=0,51 para meninas.

McVeigh et al. (31) analisaram também a validade concorrente do teste em questão em 33 crianças de 13 e 14 anos (15 meninos e 18 meninas) e a correlação encontrada para meninos e meninas foi de r= 0,60 e 0,65, respectivamente.

Cunningham et al (13) analisaram a relação entre o teste de milha, o teste de teste aeróbico de corrida de vaie- vem e um teste max. em esteira, em 30 adolescentes (15 meninos e 15 meninas). Encontraram um r=0,88 entre o teste direto utilizando o aparelho COSMED K2 e o teste aeróbico de corrida de vai-e-vem.

Numa posição de não recomendação do teste esta a pesquisa de Dyson et al. (16). Foi estudado o quanto o teste aeróbico de corrida de vai-e-vem poderia predizer o VO2max. em um grupo de crianças (9 meninos e 10 meninas).
Encontraram um r= 0,58, que apesar de modesto, foi significante, mas o teste não recebeu uma recomendação
dos autores como forma de predição do VO2 max. Com relação a correlação obtida neste estudo entre o VO2 direto e o VO2 estimado pelo teste aeróbico de corrida de vai-e-vem, no grupo de maior idade, pode-se notar que os dados obtidos são semelhantes aos de Poortmans et al (37) r=0,72 e de Prat et al (39), que pesquisando 10 alunos do curso de Educação Física, encontraram uma correlação de 0,776. Por outro lado os achados deste estudo (0,75 e 0,73) são mais baixos que os obtidos por Léger & Gaudory (27) r=0,90, Ramsbotton et al
(40) r=0,96, Paliczka et al (36) r=0,93 e Gadoury & Léger (18) r=0,904.

Vale a pena comentar sobre alguns estudos que enfocaram a reprodutibilidade do teste aeróbico de corrida de vai-e-vem, mesmo considerando grupos de diferentes faixas etárias. Em 1990 Duarte et al (15) tendo como amostra um grupo de 41 escolares paulistas, do gênero masculino, de 10 a 14 anos, encontraram um valor bastante alto (r=0,91). Esses resultados são bem próximos aos de Liu et al (29), que pesquisaram a reprodutibilidade do teste em 12 homens e 8 mulheres e obtiveram um valor também elevado de r=0,93. Já Vincent et al (45) referiram valores mais baixos, sendo de

r=0,79 para meninos (n=29) e r=0,75 para meninas (n=22).

FC Max estimada
FC Max Esteira
FC Campo
t calculado
Dif. %
Homens X e DP 188,0±6,2 181,9±7,4 187,1±10,1 -2,27 NS 2,9
Mulheres X e DP 200,0±4,4 192,1±8,3 189,9±13,1 -0,83 NS 1,1

VO2 Max.
Direto VO2 Max.
Estimado t
Calculado Dif. %
Homens X e DP 47,8 ±6,5 46,8±4,3 0,63 NS 1,9
Mulheres X e DP 40,2 ±6,0 39,8±3,8 0,34 NS 1,0


Conclusões

Pode-se concluir que o teste aeróbico de corrida de vai-e-vem de 20 m apresentou neste estudo uma validade concorrente aceitável para este grupo de adultos, de ambos os sexos.
As diferenças não significantes entre as FCs nos testes de esteira e de campos são evidências concretas de que o estímulo aeróbico foi semelhante em ambas as situações.
Como comentário final pode-se afirmar que o teste aeróbico de corrida de vai-e-vem é um teste simples, que permite ser aplicado a pessoas de diferentes condições cardiorrespiratórias, que em termos educacionais é válido, pois leva o avaliado a conhecer seu corpo em situação de esforço máximo, levando ao conhecimento da sua limitação fisiológica naquele momento, algo que muitas pessoas jamais experimentam durante toda uma vida.
Sugere-se assim, que outros estudos sejam feitos sobre este teste, principalmente na população escolar, devido
à carência de testes de campo validados no Brasil, que possam ser aplicados em quadra poliesportiva, haja vista a restrição de espaços físicos cada vez maior para o profissional da Educação Física.


Link para escutar a cadencia e o som dos Bips utilizados no teste Luc Leger da Legião.

http://fr.wikipedia.org/wiki/Test_de_Luc-L%C3%A9ger

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