O general brasileiro que comanda as
forças de paz da ONU na República Democrática do Congo, Carlos Alberto
dos Santos Cruz, disse que o foco militar de sua missão mudou. Depois da
derrota no ano passado de um grupo contrário ao governo congolês e
supostamente apoiado por Ruanda, o objetivo atualmente é combater grupos
rebeldes que controlam atividades irregulares de mineração, comércio e
pesca no país.
Esses grupos são o FDLR (Forças Democráticas pela
Libertação de Ruanda), ruandês de etnia hutu e o ADF (Forças
Democráticas Aliadas), de Uganda. Oficialmente ambos usam irregularmente
o território congolês como base para lançar ataques contra seus países
de origem.Mas segundo Santos Cruz, a análise puramente política do cenário não é suficiente para explicar a crise na região e a força desses grupos.
Segundo ele, ambos controlam lucrativas redes de exploração irregular de recursos do Congo, principalmente a mineração (especialmente do ouro, mas também de carvão, diamantes, cobalto e cobre) e a pesca na região dos Grandes Lagos.
A exploração desse alto volume de recursos acaba sendo tão ou mais atraente a esses grupos quanto seus objetivos políticos, de acordo com analistas.
Segundo o general, esse fator, aliado às grandes distâncias e à inacessibilidade da região – a maioria dos rebeldes está distribuída em pequenos grupos escondidos em montanhas ou florestas –, torna a missão ainda mais difícil.
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