Confissões de um legionário Brasileiro que serviu por 5 anos revela o dia-a-dia no exército internacional
Maurício Arruda Preuss, 42 anos
Nascido em São Paulo
Profissão atual - Piloto de helicóptero
Serviu na Legião Estrangeira de 1987 a 1992
Por que você resolveu se alistar na Legião Estrangeira? Maurício - Porque eu era fascinado pela carreira militar, mas não consegui entrar na Academia das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro. Foram três anos de cursinho, mas não deu. Eu tinha 23 anos e queria manter esse sonho. Por isso, voei para a França para tentar a Legião. Dizer que não senti medo antes de bater no portão do alistamento seria mentira...
Que testes você fez antes de ser aceito?
Passei por uma bateria de exames médicos, um teste psicotécnico, uma série de entrevistas e testes físicos. Na época, participei de uma corrida e fiz alguns abdominais - ficou por isso mesmo. Mas sugiro que antes de fazer as malas, o candidato seja capaz de correr uns 10 quilômetros sem grandes problemas. Dos meus anos na Legião, metade passei correndo!
É verdade esse papo de que muitos legionários são terroristas, traficantes e assassinos?
Não. Esse tipo de gente não tem a menor chance de passar nas entrevistas de segurança. O que acontece é que todo candidato tem direito ao anonimato e a uma nova identidade ao chegar à Legião. Por exemplo, após vários meses de convívio com um amigo italiano, soube que ele tinha entrado na corporação para fugir da máfia. Nunca soube seu verdadeiro nome.
Em que lugares do mundo você serviu?
Primeiro, me formei legionário na França. Depois fui à África para servir no Djibuti. Fiquei por lá dois anos e voltei à França para me formar pára-quedista. Segui novamente para a África - desta vez, foram cinco meses no Chade, para ajudar a conter uma guerra civil.
Como era seu dia-a-dia?
Não há uma rotina fixa: as manobras de campo, treinos de tiro e os estágios práticos mudam totalmente o cotidiano. Mas um dia "normal" é assim: acordamos por volta das 5 h, limpamos o quartel, tomamos café e fazemos uma corrida de mais ou menos 8 quilômetros. Depois o comandante distribui as tarefas diárias - manutenção das armas e dos serviços do quartel, por exemplo. O serviço vai das 7 h às 12 h e das 13h30 às 17h30. Do meio-dia às 13h30, é hora do almoço. Os legionários comem às pressas para tirar um cochilo ou encarar uma ou duas cervejas na cantina...
Peraí... cerveja?
Sim, a bebida é liberada no quartel. E se o legionário já tiver feito todas as suas tarefas, ele pode sair do quartel e só voltar às 22 h para dormir. Claro que se o cara vacilar - se ficar bêbado, não estiver barbeado, se arrumar confusão - o bicho pega. Ele pode ser advertido, preso e até expulso da corporação.
Você aconselharia alguém a se alistar na Legião?
Não! Eu tive muita sorte de sair inteiro. Se você quer ter algum tipo de experiência militar, primeiro tente a carreira no Brasil. Se depois disso aquela voz ainda quiser te mandar para a Legião, vá a um psiquiatra [risos]! E se nem ele conseguir calar aquela voz, bon voyage!
Nascido em São Paulo
Profissão atual - Piloto de helicóptero
Serviu na Legião Estrangeira de 1987 a 1992
Por que você resolveu se alistar na Legião Estrangeira? Maurício - Porque eu era fascinado pela carreira militar, mas não consegui entrar na Academia das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro. Foram três anos de cursinho, mas não deu. Eu tinha 23 anos e queria manter esse sonho. Por isso, voei para a França para tentar a Legião. Dizer que não senti medo antes de bater no portão do alistamento seria mentira...
Que testes você fez antes de ser aceito?
Passei por uma bateria de exames médicos, um teste psicotécnico, uma série de entrevistas e testes físicos. Na época, participei de uma corrida e fiz alguns abdominais - ficou por isso mesmo. Mas sugiro que antes de fazer as malas, o candidato seja capaz de correr uns 10 quilômetros sem grandes problemas. Dos meus anos na Legião, metade passei correndo!
É verdade esse papo de que muitos legionários são terroristas, traficantes e assassinos?
Não. Esse tipo de gente não tem a menor chance de passar nas entrevistas de segurança. O que acontece é que todo candidato tem direito ao anonimato e a uma nova identidade ao chegar à Legião. Por exemplo, após vários meses de convívio com um amigo italiano, soube que ele tinha entrado na corporação para fugir da máfia. Nunca soube seu verdadeiro nome.
Em que lugares do mundo você serviu?
Primeiro, me formei legionário na França. Depois fui à África para servir no Djibuti. Fiquei por lá dois anos e voltei à França para me formar pára-quedista. Segui novamente para a África - desta vez, foram cinco meses no Chade, para ajudar a conter uma guerra civil.
Como era seu dia-a-dia?
Não há uma rotina fixa: as manobras de campo, treinos de tiro e os estágios práticos mudam totalmente o cotidiano. Mas um dia "normal" é assim: acordamos por volta das 5 h, limpamos o quartel, tomamos café e fazemos uma corrida de mais ou menos 8 quilômetros. Depois o comandante distribui as tarefas diárias - manutenção das armas e dos serviços do quartel, por exemplo. O serviço vai das 7 h às 12 h e das 13h30 às 17h30. Do meio-dia às 13h30, é hora do almoço. Os legionários comem às pressas para tirar um cochilo ou encarar uma ou duas cervejas na cantina...
Peraí... cerveja?
Sim, a bebida é liberada no quartel. E se o legionário já tiver feito todas as suas tarefas, ele pode sair do quartel e só voltar às 22 h para dormir. Claro que se o cara vacilar - se ficar bêbado, não estiver barbeado, se arrumar confusão - o bicho pega. Ele pode ser advertido, preso e até expulso da corporação.
Você aconselharia alguém a se alistar na Legião?
Não! Eu tive muita sorte de sair inteiro. Se você quer ter algum tipo de experiência militar, primeiro tente a carreira no Brasil. Se depois disso aquela voz ainda quiser te mandar para a Legião, vá a um psiquiatra [risos]! E se nem ele conseguir calar aquela voz, bon voyage!
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