quarta-feira, 30 de março de 2016

Legião Estrangeira - França

Nenhuma força de elite está cercada de uma imagem mais romântica e nem foi objeto de tantos enganos e mitos como a Legião Estrangeira francesa. Criada em 1831 para atuar na conquista da Argélia, teve seus primeiros anos conturbados pelas freqüentes guerras contra os árabes, pela indisciplina de seus componentes e pelos conflitos internos. Reformulada em 1835, lutou no norte da África, na Criméia (1854/56), na Itália (1859), na Guerra Franco-Prussiana (1870) e em muitas campanhas coloniais. Teve um papel importante nas duas guerras mundiais, consolidando a sua reputação. Na Primeira Guerra (1914/18) perdeu 115 oficiais e 5.172 legionários e seu Regimento de Marcha foi o mais condecorado do Exército francês. Na Guerra da Indochina, na célebre Batalha de Dien Bien Phu, sete batalhões da Legião foram subjugados pelo Vietminh, sem jamais se renderem. Em seguida atuou mais uma vez na Argélia e na crise do Canal de Suez, no Egito, em 1956. A Legião sempre desempenhou bem o seu papel de defender os interesses da França junto às suas colônias na África, no Pacífico e no Caribe.

 
Em 1988, após uma reestruturação que reduziu drasticamente os efetivos do Exército francês, a Legião ficou reduzida a um quadro de 7.500 homens e teve algumas de suas bases fechadas, embora ainda permaneça como importante unidade estratégica. A Legião é responsável pelo seu próprio programa de recrutamento e treinamento o qual está a cargo do 1º Regimento Estrangeiro, em Aubagne, onde os novos recrutas começam a prestar serviço e do 4° Regimento Estrangeiro, em Casteinaudar, responsável pelo treinamento especializado. As principais unidades de combate são: 1º Regimento Estrangeiro de Cavalaria (1 REC) estacionado em Orange, parte integrante da 6ª Div.Blindada Leve francesa; 2º Regimento Estrangeiro de Infantaria (2 REI), baseado em Nimes, que atuou em várias campanhas nas colônias; 3º Regimento Estrangeiro de Infantaria (3 REI) localizado em Kourou na Guiana Francesa, especializado em operações de guerra na selva e pela segurança do Centro de Lançamento de Foguetes localizado na região; 5º Regimento Estrangeiro (5 RE) responsável pela segurança da área de testes nucleares da França no atol de Mururoa, no Pacífico; e 2º Regimento Estrangeiro de Paraquedistas (2 REP) baseado na ilha de Córsega, uma força de ação rápida especializada em assalto aerotransportado e ações de comandos.

Legionários francese em missão de patrulhaVoluntários vêm de todas as partes do mundo compondo um grupo com mais de cem nacionalidades. Ao se alistarem recebem um apelido e iniciam um treinamento rigoroso durante as três semanas seguintes, onde serão levados aos limites de suas capacidades físicas e psicológicas. Durante o curso podem pedir dispensa por vontade própria ou serem compulsoriamente dispensados, mas se conseguem lograr êxito são obrigados a cumprir mais cinco meses de serviço. O primeiro ano consiste em treinamento no 4º RE, onde é dada grande ênfase ao condicionamento físico e a habilidade no manejo dos mais diversos tipos de armas. Após o curso básico, alguns são selecionados para o treinamento especializado como operador de comunicações, observador avançado, sniper e técnico em explosivos.
Atualmente a Legião Estrangeira existe como uma força de todas as armas, bem organizada e equipada com armamento padronizado do Exército francês. Divide-se em regimentos de dez companhias, algumas especializadas (reconhecimento, morteiros, blindados leves, etc). Destes o mais conhecido é o 2º Regimento Estrangeiro de Pára-quedistas, baseado na Ilha de Córsega, no Mediterrâneo, com quatro companhias de combate, que orgulha-se de poder montar uma operação para qualquer parte do mundo em apenas 24 horas. O uniforme dos legionários segue o padrão das demais unidades francesas, acrescido do famoso quepe azul envolto num pano branco (para proteção contra o sol e a areia do deserto), com a parte de cima vermelha e emblema dourado. Para combate usa-se o camuflado padrão, normalmente com a tradicional boina verde. Entre as armas da unidade destacam-se o fuzil FAMAS F1, de calibre 5.56 mm e a metralhadora FN Minimi, de calibre 5.56 mm. O lema da unidade é: Legio patria nostra ("A Legião, nossa pátria").

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